quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Juazeiro de hoje: Voltei a morar em Recife?



Década de 90. Juazeiro do Norte ainda não possuía faculdades. Com isto, era grande o fluxo de jovens estudantes para as capitais, especialmente Recife e Fortaleza. Particularmente, também segui a peregrinação dos estudos e fui para a capital pernambucana. Ao todo foram 08 anos e meio convivendo tanto com os benefícios quanto com as mazelas da cidade grande.
 
Se por um lado tinha a oportunidade de frequentar cinemas, passear em shoppings ou comprar em hipermercados, também enfrentava longos engarrafamentos ou andava nas ruas com medo de ser assaltado. Inclusive presenciei a ação de bandidos contra uma indefesa senhora às 13:00h em plena Av. Domingos Ferreira, uma das mais movimentadas do bairro Boa Viagem.

Ao concluir os estudos em 2001, voltei para a minha terra natal. A partir daí, ao longo desses 11 anos, testemunhei Juazeiro do Norte sofrer uma incrível transformação. Um crescimento acelerado e desordenado.

Hoje também passeamos em shoppings, comemos em lanchonetes internacionais e fazemos compras nas mesmas lojas famosas das capitais. Em contrapartida, a violência cresce assustadoramente. Comerciantes e consumidores frequentam o centro da cidade com medo dos assaltos. A frota de veículos, por sua vez, promove cada vez mais engarrafamentos nas nossas estreitas ruas. Recentemente fiquei preso em congestionamento na Av. Leão Sampaio; pensei que se tratasse de algum acidente, mas era resultado apenas da quantidade de veículos. Nos cruzamentos dos semáforos já há uma legião de pedintes, muitos deles crianças fazendo malabarismos num espetáculo de muita tristeza.

Tenho agora a sensação que voltei a morar em Recife. Convivo com os mesmos benefícios e mazelas da cidade grande. Diante desta realidade, fico a pensar: por que a maioria das metrópoles brasileiras não sabe associar progresso com organização e justiça social? Por que os políticos só agem quando os problemas tomam proporções insuportáveis? Deixaremos Juazeiro do Norte seguir esta regra? Por que não podemos ser uma grata exceção?

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