domingo, 20 de janeiro de 2013

Nação romeira exige a reabilitação do Pe. Cícero!


Abaixo artigo escrito pelo prof. Daniel Walker em seu site Portal de Juazeiro. O autor autorizou a sua publicação no Cidade Juá:

"Neste domingo, como acontece desde 1934, a cada dia 20, a Igreja Católica Apostólica Romana celebra missa em sufrágio da alma do Padre Cícero. Ela reverencia o padre que ela mesma expulsou do seu quadro, há mais de 100 anos, sob o pretexto de desobediência e heresia. E isto constitui verdadeiro paradoxo, pois ele é o padre que lota as igrejas de fiéis e enche os cofres delas de dinheiro. Um bispo rancoroso suspendeu as ordens do Padre Cícero e isto foi depois confirmado pelo Vaticano, tudo motivado pela crença dele num fato acontecido pela primeira vez em 1º de março de 1889, no então povoado de Juazeiro  e que passou à história com o nome de milagres de Juazeiro. O fato consistiu na transformação da hóstia consagrada em sangue, na boca da beata Maria de Araújo, afora outras manifestações igualmente estranhas, e que desde então divide o clero brasileiro, com muitos padres e bispos acreditando tratar-se de milagre eucarístico e outros, acreditando tratar-se de embuste. Mesmo suspenso das ordens oficialmente desde 1894,  ele aceitou resignadamente todas as punições que lhe foram impostas, suportou pesado calvário, mas nunca  deixou de amar a sua Igreja, assistir às missas regularmente e propagar a religião católica.  Depois de morto, sua memória continua atraindo fiéis à igreja e alimentando as romarias que deixam os cofres das igrejas repletos de dinheiro sob a forma de esmolas. E é justamente aí que reside um paradoxo para o qual a Igreja deveria dar uma explicação plausível. Ou seja, condenou Padre Cícero, mas aceita o dinheiro que vem por interveniência dele. Se ele foi banido da Igreja oficialmente, por que então não deixá-lo no ostracismo? Por que homenageá-lo, aprovar suas romarias, ovacionar seu nome nos sermões, cantar hinos em sua honra se ele foi suspenso de ordens? Agindo assim, a Igreja dá uma demonstração de que de fato ele já está reabilitado. Então, por que não oficializar uma situação que de fato já existe? É pedir muito? Agora, aceitá-lo como padre útil à Igreja somente para atrair fiéis e dinheiro, é inconcebível estando ele oficialmente irregular, como de fato está. Um processo pedindo a sua reabilitação está em Roma há quase sete anos, porém até agora entravado no manto sagrado da burocracia do Vaticano que desde então só tem dado como resposta o silêncio. Por um dever de justiça, é preciso louvar a iniciativa do bispo Dom Fernando Panico que foi a Roma, acompanhado de grande comitiva de juazeirenses, para entregar pessoalmente e oficialmente ao Papa, o pedido de revogação da pena de suspensão, a qual trará como conseqüência a reabilitação do Padre Cícero. Para subsidiar o pedido, o bispo nomeou uma competente equipe composta por padres, psicólogos, teólogos, historiadores, gente do mais alto gabarito, a qual, depois de exaustivo estudo produziu um substancioso relatório entregue junto com o pedido, tudo feito conforme  solicitação do  Vaticano. Mas até agora nada de positivo aconteceu. Enquanto isto, outros processos mais complicados, pois pedem beatificação e canonização, correm mais acelerados, contrariando a resposta dada pelos padres de que “as coisas de Roma são devagar”. Na verdade, pelo visto, devagar mesmo, só a causa do Padre Cícero, pois os processos das jovens Benigna (de Santana do Cariri) e de Odetinha (do Rio de Janeiro), para citar somente estes que são recentes, estão bastante avançados. Então, já está na hora de Juazeiro do Norte protestar.  E este jornal abre o bico:"
"Chega de tanto esperar. 
QUEREMOS A REABILITAÇÃO DO PADRE CICERO JÁ!"


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