quarta-feira, 29 de junho de 2011

Supervalorização de imóveis chega a 1.900% em Juazeiro

Um mercado de imóveis superaquecido. Assim é o setor imobiliário em Juazeiro do Norte. Têm áreas na cidade, como o Bairro Lagoa Seca, onde o metro quadrado experimenta uma valorização de 1.900%, ou 20 vezes o valor inicial. Há três anos, o metro quadrado no bairro chegava a custar R$ 15,00. Hoje, atinge os R$ 300,00, segundo atestam corretores de imóveis. Mesmo sem dados oficiais para o setor no Município, o momento é de alta nos preços para compra e para aluguel, bem como nos investimentos das construtoras.

Há áreas no Centro que chegam ao valor de R$ 5 mil o metro quadrado, chegando ao patamar da Capital. Para corretores que atuam há décadas na cidade, esse é um dos melhores momentos para o setor. Porém, as altas de preços são também influenciadas pela especulação para as vendas de novos espaços e locações de imóveis.

Áreas que margeiam as avenidas Leão Sampaio e a Padre Cícero, nos bairros Lagoa Seca e São José, em direção às cidades de Barbalha e Crato, respectivamente, são as mais visadas pelos novos investidores que chegam a região para montar seu negócio. São espaços que formam o triângulo Crajubar e interligam essas duas cidades a Juazeiro do Norte. Grandes empreendimentos comerciais, como o Atacadão, Hiperbompreço e Cariri Shopping valorizaram mais as áreas, além da recente inauguração do Hospital Regional do Cariri (HRC). Os grandes empreendimentos acabam puxando outros.

O para o corretor José Gurgel Carlos da Silva, há mais de 30 anos no mercado imobiliário de Juazeiro do Norte, nunca se viu essa realidade antes. É algo que e aproxima dos investimentos em áreas da Capital. Ele afirma que, atualmente, algumas pessoas exageram na negociação. Em alguns momentos, torna-se difícil até para o corretor, por conta da especulação que possibilita margem de lucro exorbitante. Como exemplo, ele cita a venda de uma casa há três meses na Av. Padre Cícero, no valor de R$ 360 mil. "Hoje, o proprietário da casa não vende no valor menor do que R$ 800 mil. São R$ 440 mil a mais. Não conheço algo que pudesse oferecer tanto lucro", diz ele.

E a realidade se apresenta em áreas que antes eram totalmente desabitadas. Onde foi construída a Universidade Federal do Ceará (UFC), campus Cariri, há pouco mais de cinco anos, existe hoje no setor uma Faculdade de Medicina particular, o Instituto Médico Legal, a Faculdade Leão Sampaio, entre outros empreendimentos na área da Educação. Os empreendimentos particulares chegam com novos edifícios e condomínios. Segundo Gurgel, são espaços cada dia mais valorizados.

Há três anos, segundo o corretor, o metro quadrado de terreno chegava a custar na área da Lagoa Seca, de R$ 10 a R$ 15. Hoje, a média é de R$ 250,00 a R$ 300,00. Há áreas, segundo a corretora Fabiana Canuto Alves, que chegam a ter o metro quadrado no valor de R$ 2.500. Ela diz haver alta concorrência no mercado. "É impressionante e considero que o ritmo está bom", afirma.

Em consequência, multiplica-se a quantidade de empresas imobiliárias na cidade. "É grande o número de pessoas em campo atuando. E isso é uma consequência do crescimento da cidade e dos investimentos que vêm ocorrendo", enfatiza.

Fabiana Canuto diz que a criação da Região Metropolitana do Cariri (RMC) é um grande indicativo para todo esse processo. Para ela, Juazeiro centraliza esse processo. A cidade se torna cada vez mais disputada pelos investidores.

Segundo Gurgel, isso poderá durar até mais de cinco anos, até o processo de desenvolvimento acelerado se estabilizar na cidade.

Mesmo em áreas próximas ao Centro, como o Bairro São Miguel, o preço do metro quadrado chega a custar até mais de R$ 3 mil. Em outros pontos, no centro, pode ir a R$ 5 mil. Há três anos, era uma realidade impensada. A tendência é que, nos bairros onde há maior especulação, esse processo se estabilize e novas áreas passem a ser visadas. Exemplo atual do Bairro Novo Juazeiro e também do Bairro São José. O Atacadão, segundo ele, numa área de cerca de mil metros quadrados, no Bairro São José, teve que investir no terreno R$ 5 milhões.

Fonte: Diário do Nordeste.

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